Andorinha pretende abrir asas e voar entre Portugal e Canchungo, entre a Europa e a Região de Cacheu na Guiné-Bissau – promovendo uma ponte entre duas culturas de migrantes...
«Que o teu filho viva amanhã no mundo dos teus sonhos»Amílcar Cabral, Outubro de 1944
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domingo, 6 de dezembro de 2009
Presença portuguesa na Guiné
Todavia, sem prejuízo do nosso sentido de rigor, Ribeiro (1989) divide a história da presença portuguesa na Guiné em três períodos:
1 – do séc. XV à c.1850, período durante o qual os portugueses podem ser considerados como “emigrantes” estrangeiros que tinham como principal actividade o negócio, para o qual pagavam aos reinos locais tributos e outras taxas tais como, por exemplo, a taxa de residência;
2 – o segundo período, de 1850 a 1900-1915, é caracterizado pela coabitação de dois espaços de jurisdição, o que não obsta à observância de tributos aos poderes dos territórios de acolhimento:
- a praça (centro comercial) e o presídio (zona residencial) do lado europeu (português e, mais tarde, holandês, inglês, alemão e italiano), geralmente junto dos rios;
- a cité africana.
O apogeu desta submissão europeia aos reinos locais conduz, com o concurso da famosa cláusula única do Tratado de Berlim sobre a ocupação efectiva da parcela recebida, às campanhas ditas de pacificação empreendidas pelos portugueses.
3 – o terceiro e último período, que aliás corresponde de facto à dominação colonial, começa por volta de 1920, imediatamente depois da “campanha de pacificação”, e prolonga-se até à proclamação da independência.
Após esta breve resenha histórica, na qual muitos povos e situações não foram mencionados, é possível dar-se conta que a origem geográfica dos povos da Guiné de então ultrapassa de muito longe as suas fronteiras actuais [...]
[“Contribuição para o Debate sobre Identidade e Cidadania na Guiné-Bissau” Ibrahima Diallo, Soronda – Revista de Estudos Guineenses, Nova Série nº 8, Julho 2004, p. 85-96]
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