Andorinha pretende abrir asas e voar entre Portugal e Canchungo, entre a Europa e a Região de Cacheu na Guiné-Bissau – promovendo uma ponte entre duas culturas de migrantes...
«Que o teu filho viva amanhã no mundo dos teus sonhos»Amílcar Cabral, Outubro de 1944
postal
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A poesia na Guiné-Bissau
A poesia foi a primeira e, durante muito tempo, a única forma de expressão literária contemporânea da Guiné-Bissau. Ela surge nos anos 1940 do século XX como poesia de combate, incitando à luta de libertação. Vasco Cabral, António Baticã Ferreira e Amilcar Cabral fazem parte desta geração de poetas independistas.
Com a independência do país, surge uma vaga de jovens poetas, entre os quais se destacam Agnelo Regalla, António Soares Lopes (Tony Tcheca), José Carlos Schwarz, Hélder Proença, Francisco Conduto de Pina, Félix Sigá, cujas obras impregnadas ainda de espírito revolucionário, manifestam um caráter social. O colonialismo, a escravatura e a repressão são temas desses autores que, no pós- independência imediato, apelam para a construção da Nação e invocam a liberdade.
O desencanto do pós-independência fez com que a euforia revolucionária cedesse lugar à uma poesia mais pessoal, intimista, internacional, com utilização de léxico inglês, e com a deslocamento dos temas Povo-Nação para o Indivíduo. Entre os seus autores encontram-se: Hélder Proença, o ex-pós-independista Tony Tcheca, Félix Sigá, Carlos Vieira, Odete Semedo. Leia-se trecho de “Batucada na noite”, de Tcheka: “ ... aqui há funky/há merengada/ e antilhesas na madrugada”.
Embora o português seja a língua que prevalesça na poesia guineense, o recurso ao crioulo é cada vez mais freqüente, quer pela escrita em crioulo propriamente, quer pela utilização de termos e expressões crioulas em textos em português.
www.sibila.com.br
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário