«Que o teu filho viva amanhã no mundo dos teus sonhos»
Amílcar Cabral, Outubro de 1944

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domingo, 29 de novembro de 2009

Resenha Histórica do Povoamento


A Guiné-Bissau compõe-se de uma zona costeira e de um interior, ambos povoados por mais de uma dezena de grupos étnicos com muitas variantes locais e com particularidades culturais e linguísticas por vezes acentuadas. [...]
O Norte, o Noroeste, o Sul e parcialmente o Leste da Guiné-Bissau, considerados zonas costeiras, são povoados por vários grupos étnicos e variantes do mesmo etnos, sendo alguns deles autóctones. [...]
Para além dos grupos étnicos já referidos, o litoral da Guiné-Bissau é povoado na sua totalidade por dezasseis grupos étnicos, entre os quais Balantas, Manjacos, Pepéis, Mancanhas, Fulas, Cobianas, Bijagós e outros [...]
Em relação aos Manjacos e Mancanhas, considerados população autóctone da Guiné-Bissau e mais concretamente do território situado entre os rios Cacheu e Mansoa, Teixeira da Mota escreveu que já no séc. XV ocupavam este território. Apesar de não ser uma data comprovada por outras fontes, a história oral reza que deste tempos muito antigos eles viviam neste território. Existe, de facto, um forte enraizamento de todos estes grupos na zona costeira, tanto no território que é hoje pertença do Senegal como no que restou a favor da Guiné-Bissau na sequência da última delimitação de fronteiras entre Portugal e França que, embora concluída em 1905, conheceu algumas rectificações em 1930-1931. [...]
A zona costeira é, desde há longo tempo, uma zona de confluência de muitos povos e culturas. Ela encontra-se hoje fortemente povoada sobretudo por Balantas, Fulas, Manjacos, Pepéis e Mancanhas, enfim, por grupos que representam a população maioritária do país, constituindo no seu todo cerca de 71% do total da população recenseada e com a seguinte repartição: Fulas (25,4%), Balantas (24,6%), Manjacos (9,24%), Pepéis (9,01%), Mancanhas (3,54%). [...]
[“Subsídios para o Estudo do Movimento Migratório na Guiné-Bissau” Fernando Leonardo Cardoso, Soronda – Revista de Estudos Guineenses, Nova Série nº 3, Janeiro 2002, p. 29-49.]

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